3 de jan. de 2009

OS ESTEREÓTIPOS FEMININOS CRISTÃOS


A DICOTOMIA CRISTÃ
Os estereótipos comportamentais femininos possuem uma moral antagônica e rival. Na condição marginal em que as mulheres se encontram dentro de nossa sociedade, os arquétipos de “Santa/Puta” criam uma rivalidade comportamental não-natural entre as mulheres, fazendo com que elas não se identifiquem como classe sexual.
Estes estereótipos de “Santa/Puta” são difundidos pela mídia que possui uma visão extremamente forte dos valores masculinos e cristãos, e são usados como instrumento de controle e manipulação tanto dos homens como de “todas” as mulheres.
Não percebendo que não existiria tal competição sem o estímulo dos próprios homens, com o objetivo de desviarem a nossa atenção de seus verdadeiros opressores, as mulheres acabam aliando-se ao poder masculino em oposição à solidariedade que deveriam ter umas com as outras (tipo: esposa x amante). Mas quem lucra com isso? Não é preciso responder.
Negar tal situação poderia indicar a inexistência da opressão ou superação individual desta barreira. É por tal motivo que dentro de uma sociedade machista o maior elogio para uma mulher é associá-la a características falsamente ditas como sendo masculinas, por exemplo: “forte, responsável, competitiva, racional”...
Como os arquétipos construídos para nossa identidade comportamental não possuem as mesmas características dos arquétipos masculinos, que são complementares e se fundem (“Deus e Jesus – Pai e Filho”, que são o mesmo), não existe antagonismo nos arquétipos masculinos capaz de fazer com que, entre os homens, exista muita dificuldade de se identificarem como iguais. Portanto, não existe um arquétipo antagônico e ambivalente que venha a desuni-los como classe, desde que compartilhem de uma mesma visão machista.
A função social da construção de identidade masculina é a de provedor, dono da autonomia econômica, atualmente mudando graças à atuação feminina, de centro das decisões políticas da humanidade e símbolo da racionalidade civilizada.
Por tais motivos que os comportamentos masculinos e femininos aparentam ser tão diversos. Pois, além da luta contra o fim da opressão masculina, as mulheres encontram também contra si a existência de uma cultura de massa que desde de o surgimento do cristianismo, passando pela difusão da escrita - a partir da criação da impressa, na Reforma Protestante e, hoje, impregnada por uma visão machista que deseja manter os privilégios sociais masculinos. Uma mídia industrial que tem como função reafirmar arquétipos de comportamento humano voltado para a desunião feminina e aversão à luta de classes sexuais. Ou seja, como vencer a luta contra a forjada “rivalidade feminina” que tem por objetivo desviar nossa atenção do verdadeiro inimigo que é o machismo e que até o momento nos tem mantido desunid@s homens e, principalmente, mulheres? ....(Eis a questão!)

Texto: Ana Clara Marques e Patrick Monteiro

3 comentários:

betoquintas disse...

belissimo texto. eu irei citá-lo em meu blog.

Unknown disse...

Mentalidade difícil de ser mudada enquanto continuarem a respeitar como verdade universal o cristianismo, uma fé manipulada durante toda ascenção da igreja catolica e que os protestantes continuam o serviço majestosamente. Mas sem dúvida um belo texto, além de corajoso

GRIF Maçãs Podres - Anonymous disse...

Páris...
obrigada pelo comentário, acreditamos q desde as histórias orais, os escritos e ditas obras de arte, as religiões de origem patriarcal foram o primeiro "instumento de grande mídia" para a divulgação e manutenção do machismo. Mesmo não sendo tão arquitetada como nos dias atuais, os indícios (astros e estrelas da música = santos(as) no céu, etc...) nós fazem crer que a indústria do entretenimento é a evolução das práticas da igreja católica, e que esta indústia se utiliza do senso comum, presente no conciente coletivo religioso, para conservar o poder dos machos!

Abraços a Vc e ao Beto!