3 de jan. de 2009

A Construção da Mulher

A primeira opressão de um ser humano sobre outro foi a do homem sobre a mulher. Então o primeiro passo para a libertação de toda humanidade é a superação desta mesma opressão. Se não é possível negar que o sistema econômico escravagista foi superado, o corpo das mulheres, porém, ainda se encontra preso as vontades masculinas. Por isso, a libertação das mulheres passa pelo direito ao útero!
Primeiro, questionamos os conceitos de "fragilidade feminina". Depois, questionamos os padrões de beleza exigidos/designados a "natureza feminina". Afirmamos que o capitalismo é a expressão econômica do machismo, pois "o capital" sustenta as superestruturas da desigualdade humana.
Nossa produção objetiva a destruição dos símbolos, ideias e imagens que permeiam o inconsciente e consciente coletivo e possuem a função social de aprisionar as mulheres as invisíveis correntes do machismo e do consumo. Não precisamos pedir licença para sermos livres, pararmos uma fábrica, manifestarmos nosso ódio contra as injustiças cometidas ao corpo.
Contuniamos sendo exterminadas e violentadas diariamente. Trocaram as panelas e os fogões, por cremes, plátiscas e maquiagem. Esta é parte das estratégias criadas para dar as mulheres a sensação de liberdade. A chave para a libertação feminina e da humanidade esta longe de ser a chave do cinto de castidade que hoje chamamos de vaidade.
Devemos ocupar as farmácias e hospitais. Não pediremos licença para fazer greves ou realizar abortos. É obrigação dos movimentos de libertação a criação de redes que realizem abortos com segurança, mesmo que sem a permissão do Estado, pois toda insurreição inicia-se clandestina. A desobediencia civil é um modo de dar voz, armas e poder ao povo.
Os homens machistas querem que as mulheres sejam "barbies", porque bonecas não pensam, não possuem vontade própria e, deste modo, são presas que facilmente podem ser conduzidas e mantidas em cativeiro. Este é o primeiro vídeo realizado pelo Núcleo de Estudo de Gênero Simone de Beauvoir. Esta é a primeira produção das Maçãs Podres. 
Nóssa insurreição é a luta pela real e concreta liberdade.

Texto e Vídeo: Patrick Monteiro e Ana Clara Marques

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