24 de mai. de 2009

LEGALIZAÇÃO do aborto?

O texto abaixo é uma produção baseada no Livro Dialética do Sexo, em seu capitulo “Feminismo Americano” e fundamenta nossos posicionamentos frente a atual condição das mulheres.

“Os homens daquela época compreenderam imediatamente a verdadeira natureza do movimento feminista, reconhecendo nele uma séria ameaça ao seu poder publico e desavergonhado sobre a mulher. Eles podem ter sido forçados a subornar o movimento das mulheres com reformas de superfície que as confundissem.” (Shulamith Firestone)

Qual o equivoco do movimento feminista em relação a sua atuação?
Após a revolução Industrial não existiam mais motivos para que a divisão do trabalho fosse determinada pela ideologia da diferença entre os sexos. Eis o perigo para a ordem estabelecida!

Historicamente, o feminismo primitivo, teve inicio no movimento estadunidense, lutando contra a Família, a Igreja e o Estado (lei), de forma extremamente radical. Essas mulheres, eram mulheres que não tinham nenhum status civil diante da lei. Se elas não fossem casadas não tinham direito algum, se fossem casadas da mesma forma, ou seja, eram completamente excluidas da sociedade. Mas o movimento norte americano, infelizmente cedeu ao equivoco de que assim como os Estados Unidos buscavam na sua independência política, frente a Inglaterra, um aumento no seu poder econômico, as mulheres foram induzidas a acreditar que conquistando o direito ao voto e participação na vida pública, poderiam adquirir melhores condições de trabalho, e alterarem frente aos homens as condições que lhes eram socialmente impostas.
A luta pela obtenção do voto demandou uma energia extrema. Houve uma “engorda” ideológica para que esse movimento se expandisse e se tornasse o “braço esquerdo” do Estado. Conquistado o voto, o Estado, representante político do machismo, cooptou para si o movimento feminista. O mesmo ocorreu com o movimento abolicionista que lutava pelo fim da escravidão, mas acabou sendo iludido por uma libertação que nada tem de verdadeira liberdade. Os dois movimentos atuando juntos, era uma ameaça de arrasar o país, no momento em que a “democracia” norte-americana estava sendo estabelecida.
A inclusão dentro de um sistema, nada mais é, que a aceitação do mesmo. Isso jamais significará uma superação da condição feminina. O fato é que o Estado conseguiu enxergar o potencial revolucionário que o próprio movimento não viu.
Atualmente essa mesma manobra vem ocorrendo nos movimentos sociais, em especial, no movimento feminista.
“tirar a palavra “masculino” da Constituição custou as mulheres deste país 52 anos de campanha ininterrupta... Durante esse tempo, elas foram obrigadas a comandar 56 campanhas de plebiscito junto aos homens votantes, 480 campanhas junto aos votantes para conseguir legislaturas com emendas sufragistas, 47 campanhas para conseguir que as convenções constitucionais estaduais inscrevessem o sufrágio das mulheres nas constituições estaduais, 277 campanhas para conseguir que as convenções dos partidos estaduais, incluíssem as plataformas pelo sufrágio feminino, 30 campanhas para conseguir que as convenções do partido presidencial adotassem as plataformas pelo sufrágio feminino nas plataformas do partido e 19 campanhas sucessivas em 19 congressos sucessivos.”

Sabendo que o Supremo Tribunal Federal possui apenas uma mulher como juiza, sabendo que apenas 20% do legislativo é formado por mulheres e 100% do vaticano é composto por homens, será que pedir permissão legal ao Estado sobre a propriedade e uso de nosso ventre é a solução para conseguir promover uma insurreição feminina contra o sistema machista? Mero Engano!

Agora, pensem conosco:
Para se sentirem livres,vocês beijam as mãos do Papa? Obedecem as leis dos corruptos para se tornarem mais mulheres? Para usarem o próprio corpo vocês pedem permissão a alguém que faz questão de ser chamado de Vossa Ilustríssima Excelência? Não?


Mas parece que sim...


Texto: Ana Clara Marques, Élida R. Pereira, Patrick Monteiro

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