(Este é um assunto muito sério para o feminismo, pois esta diretamente relacionado a GREVE DOS ÚTEROS e as colocações bem expostas neste blog pela Arttemia Arktos, leia-o com a calma que o feminismo exige. OBS: A conclusaõ deste texto esta nos textos retirados desta postagem "História da homofobia", "Origem e violencia do Patriarcado" e "Apologia ao estupro de lébicas", por acreditarmos que estes mereciam postagens exclusivas dada a sua relevância)
A INTELECTUALIDADE ESCROTAL DE FELIPE PONDÉ
e a OMISSÃO DE LUIS NASSIF
e a OMISSÃO DE LUIS NASSIF
Há alguns dias acompanhamos a campanha “FeministaSimFeminaziNao” nas redes feministas de blogs e tweets. Tal ação surgiu a partir do posicionamento do Luis Nassif em publicar um post sexista (e masculinamente vitimizado), intitulado “o poder das mulheres”.
Na realidade, o tal “post” era um comentário feito por um seguidor do blog do Nassif que num texto sobre a Dilma Roussef classificou-a (com as feministas) de “feminizi”.
Obviamente que antes da publicação de Nassifi, feministas tentaram conscientizar o comentarista do equivoco. E, mais obviamente, incorreram em outro erro. O cara nem deu ouvidos, proferindo ainda mais sandices que culminaram no comentário publicado.
Ao publicar em seu blog, Luis Nassif tornou “relevante” o comentário do rapaz. Porém não deu a menor importância ou o mesmo destaque para a resposta das mulheres, em especial a antropóloga e professora de alemão, Barbara.
O ato gerou uma reação em cadeia das feministas que inundaram a internet de postagens sobre o tema. Com registros dos comentários preconceituosos de Nassif e tudo mais.
O pior é que com a pressão/ibope conseguidos, Nassif “reviu” sua posição e prometeu escrever uma série de artigos sobre feminismo “um incidente essa semana me mostrou que as pessoas não fazem a menor ideia do que seja feminismo. Vou então começar a postar aqui artigos que esclareçam o assunto”, para, segundo ele, “acabarem de uma vez por toda com esse preconceito absurdo contra a luta pela igualdade de direitos para as mulheres”.
Ora chegou um novo super-herói para salvar as mulheres dos “ignorantes” machistas? Dissemos “ignorantes”, pois o tal do Nassif justificou suas futuras publicações com esta frase:
“Um incidente essa semana me mostrou que as pessoas não fazem a menor ideia do que seja feminismo”.
Será que Nassif quiz comunicar que eram as mulheres que não conheciam o tema?Nassif deveria começar primeiro por ler a biografia de Donald Woods, parando logo de usar o termo perjorativo e racista "esclarecer". Segundo deveria lembrar ou saber também que uma das diretrizes básicas do jornalismo é a objetividade nas idéias.
Porém dúbiedade da frase do Nassif parece indicar ou um desconhecimento jornalismo básico ou uma armadilha preparada para ganhar ibope.
E esta não seria a primeira vez este ano que algo nos mesmos termos acontece, gerando reações similares e por motivos também similares de garantir leitores (vendas e patrocínio) e polêmicas.
No primeiro caso, o filósofo LUIZ FELIPE PONDÉ, conseguindo ser mais escroto que Nassif, redigindo o mais sexista texto dos últimos meses intitulado "Restos à Janela".
Entre as firulas "filosóficas" do ser Pondé temos frase como:
"Quais seriam os "direitos" em questão da mulher? De ser feia? De disputar o Prestobarba de manhã? (...)O que haveria de errado em mulheres que querem atrair os homens e por isso se fazem bonitas? Macacas atraem macacos, aves fêmeas atraem aves machos. (...)"direitos" hoje é uma expressão que serve para tudo. Piolhos terão direitos, rúculas terão direitos, ratos já têm direitos. Temo que apenas os machos brancos heterossexuais não tenham direitos.(...) Diz um amigo meu que, pouco a pouco, as mulheres se tornam obsoletas".
O importante mesmo é que após lermos calmamente as querelas, os textos e seus desdobramentos, tentamos fugir do burlesco e do superficial, mergulhando no processo gerador de destas opiniões. Para nossa surpresa, identificamos que tais opiniões são o reflexo de uma violenta onde contra-feminista que andou submergindo na mídia. E seus desdobramentos podem ser ligados até mesmo a forte onda recente de ataques homofóbicos.
Conclusão
Nassif elegeu como publicável a postagem de um “igual”, um homem que faz comentários impróprios. Alguém que associou nazismo ao feminismo. Mas o feminismo não persegue negros, homossexuais ou judeus. Mesmo sabendo que é comum encontrar homens negros machistas, que o monoteísmo tenha legitimado o poder patriarcal e que existam homens homossexuais misóginos. Nazistas perseguiram feministas.
Os homens só adotam o termo "feminazi" para designar sua revolta sobre um fato real e que eles não admitem: as feministas consideram a masculinidade (e a feminilidade) totalmente dispensável para a existência humana. E com isso todos os valores que constituem o patriarcado e lhes outorga poder são invalidados. Os homens machistas temem o feminismo, pois queremos sim a destruição, mas a destruição de tudo que significa patriarcal (machismo, racismo, capitalismo, etc).
É bom que toda feminista saiba que não adianta tentar sensibilizar quem não esta sensível a causa. Não partirá de nossas palavras a conscientização masculina, se assim fosse, não existiriam mais homens machistas, pois toda feminista/mulher já dialogou com homens sobre o assunto, desprendendo energia, na tentativa de mostrar-lhes os malefícios do machismo. E ao que sabemos na prática, isso pouco adianta.
A consciência masculina só será alterada com o fluxo histórico de nossas ações radicais feministas, não são separatistas. O holocausto foi separatista, o escravismo foi separatista, o capitalismo é excludente. Se para o feminismo é difícil sensibilizar as mulheres para quebrar as grades de flores que as prendem, imaginem desprender energia para sensibilizar homens que desfrutam de privilégios dos quais não querem abrir mão e se vitimizam ao serem questionados de suas violências.
Só a medida que alteramos a realidade concreta é que se torna possível concretizar no cérebro humano uma nova percepção da realidade. A ciência de nossas enfáticas palavras atinge apenas as pessoas que são oprimidas (negros, pobres, crianças, gays, lésbicas e mulheres), quando estas já estão cientes da opressão que sofrem em suas especificidades e se encontram dispostas a lutar por mudanças.
Viva o movimento feminista
Patrick Monteiro e Ana Clara Marques
(Grupo Revolucionário de Intervenção Feminista Maçãs Podres)
Um comentário:
Per-fei-to!
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