Não é segredo pra ninguém que o Brasil é um país machista. Qualquer cidadão com um mínimo de senso crítico pode assim constatar. Se é tão evidente a violação dos direitos humanos das mulheres, então por que nada é feito? Simples, porque democracia no Brasil é a expressão política do machismo, é o direito irrevogável do macho brasileiro, cujo status privilegiado o torna quase um “Deus”. Ou seja, só confirma que toda a estrutura social faz o mundo ser feito para os homens.
Nesta democracia, o direito “sagrado” do homem é de ter a mulher mercantilizada. Seja no casamento, no namoro, na amizade, na pornografia ou na prostituição, este direito permanece intocável e garantido sob a forma de “liberdade de expressão e sexual”. Assim como os demais direitos de violência sobre nós: o humor que ridiculariza as mulheres fora dos padrões de beleza e objetifica aquelas que nele se enquadram, as cantadas que submetem as mulheres a satisfação do desejo masculino, a ridicularização do movimento de defesa dos direitos humanos das mulheres ( leia-se: feminismo), o assédio sexual, e por aí vai, tudo levado no tradicional “clima de descontração” do povo brasileiro.
Ao contrário do que muitos acreditam, tal qual foi concebida pela Ditadura, a censura continua firme e forte no seu papel original: o de silenciar minorias oprimidas e hoje em dia, mais especificadamente, as vozes das mulheres. Para garantir a “liberdade de expressão” masculina, vozes femininas que se manifestaram contra, foram fortemente censuradas ( banidas dos principais meios de comunicação, prova disso é o fato de não existir nenhum programa que trata com seriedade os problemas de gênero) ou senão,expostas ao ridículo das formas mais cruéis e insanas possíveis. Se existe algum tipo de feminismo “permitido” por esta democracia, é aquele “feminismo” que procura se adaptar, fazendo vista grossa ou tentando achar pontos positivos na forte exploração sexual feminina, alegando que a prostituição se trata de algo emponderador e seria um direito da mulher “usar” o seu corpo como queira. Elas só esquecem de um grande detalhe, no machismo do capital os “direitos” só existem para aqueles que não tem direito, pois como nós mulheres não temos direitos sobre os nossos corpos, temos “o direito de nos prostituir”, os bondosos homens nos deram esta “alternativa” de sobrevivência.
Seria a toa que livros que desmitificam a violência da pornografia e da prostituição, nunca são publicados no Brasil? Vale também ressaltar, á título de curiosidade que enquanto a Playboy faz festa todo mês em que uma atriz pousa nua, sua “irmã” de igual idade, a Playgirl, nunca chegou ao território nacional; isto, pois, na nossa democracia, homem nu é atentado ao pudor, mas mulher nua, é um must, é a essência da cultura brasileira. É claro que o feminismo não prega a inversão da opressão, uma Playgirl nunca seria a solução, mas a publicação da Playgirl, ao menos, confirmaria a vitoriosa falácia da “igualdade entre os sexos”.
Se a falsa igualdade é sinônimo de democracia, como ficam as mulheres nesta estória toda? Bom, são as pessoas mais democráticas que este país já produziu. A democracia não existiria se não fosse a colaboração devota da população feminina, que ainda por cima, faz muito bem o papel de “polícia reguladora da ordem”, vigiando uma ás outras para que tudo esteja nos conformes. Afinal, as mulheres não competem uma com as outras naturalmente? Não cobram uma das outras o estar dentro dos padrões de beleza e da moda? Não educam suas filhas desde cedo na futilidade? Quantas mães não acham lindo seus filhos homens consumirem pornografia e/ou frequentarem bordéis?
Nesta democracia, o direito “sagrado” do homem é de ter a mulher mercantilizada. Seja no casamento, no namoro, na amizade, na pornografia ou na prostituição, este direito permanece intocável e garantido sob a forma de “liberdade de expressão e sexual”. Assim como os demais direitos de violência sobre nós: o humor que ridiculariza as mulheres fora dos padrões de beleza e objetifica aquelas que nele se enquadram, as cantadas que submetem as mulheres a satisfação do desejo masculino, a ridicularização do movimento de defesa dos direitos humanos das mulheres ( leia-se: feminismo), o assédio sexual, e por aí vai, tudo levado no tradicional “clima de descontração” do povo brasileiro.
Ao contrário do que muitos acreditam, tal qual foi concebida pela Ditadura, a censura continua firme e forte no seu papel original: o de silenciar minorias oprimidas e hoje em dia, mais especificadamente, as vozes das mulheres. Para garantir a “liberdade de expressão” masculina, vozes femininas que se manifestaram contra, foram fortemente censuradas ( banidas dos principais meios de comunicação, prova disso é o fato de não existir nenhum programa que trata com seriedade os problemas de gênero) ou senão,expostas ao ridículo das formas mais cruéis e insanas possíveis. Se existe algum tipo de feminismo “permitido” por esta democracia, é aquele “feminismo” que procura se adaptar, fazendo vista grossa ou tentando achar pontos positivos na forte exploração sexual feminina, alegando que a prostituição se trata de algo emponderador e seria um direito da mulher “usar” o seu corpo como queira. Elas só esquecem de um grande detalhe, no machismo do capital os “direitos” só existem para aqueles que não tem direito, pois como nós mulheres não temos direitos sobre os nossos corpos, temos “o direito de nos prostituir”, os bondosos homens nos deram esta “alternativa” de sobrevivência.
Seria a toa que livros que desmitificam a violência da pornografia e da prostituição, nunca são publicados no Brasil? Vale também ressaltar, á título de curiosidade que enquanto a Playboy faz festa todo mês em que uma atriz pousa nua, sua “irmã” de igual idade, a Playgirl, nunca chegou ao território nacional; isto, pois, na nossa democracia, homem nu é atentado ao pudor, mas mulher nua, é um must, é a essência da cultura brasileira. É claro que o feminismo não prega a inversão da opressão, uma Playgirl nunca seria a solução, mas a publicação da Playgirl, ao menos, confirmaria a vitoriosa falácia da “igualdade entre os sexos”.
Se a falsa igualdade é sinônimo de democracia, como ficam as mulheres nesta estória toda? Bom, são as pessoas mais democráticas que este país já produziu. A democracia não existiria se não fosse a colaboração devota da população feminina, que ainda por cima, faz muito bem o papel de “polícia reguladora da ordem”, vigiando uma ás outras para que tudo esteja nos conformes. Afinal, as mulheres não competem uma com as outras naturalmente? Não cobram uma das outras o estar dentro dos padrões de beleza e da moda? Não educam suas filhas desde cedo na futilidade? Quantas mães não acham lindo seus filhos homens consumirem pornografia e/ou frequentarem bordéis?
O FEMINISMO AUTORIZADO
Todavia, democraticamente falando, segundo o feminismo autorizado, estas mulheres nunca devem ser julgadas, muito menos repreendidas. Devem ser compreendidas como vítimas do sistema e suas ações perdoadas. Não percebem que ao tirar destas mulheres a responsabilidade por suas escolhas, as infantiliza como sujeito, impedindo que estas não se percebam como construtoras desta sociedade. A democracia agradece.
Mas então, que machismo é esse que a população identifica, já que as maiores violações dos direitos femininos são socialmente aceitas e incentivadas? Além de ser sinônimo de democracia, machismo também é “infantilidade masculina”, um “defeitinho á toa do homem”. Portanto, é reconhecido como machista o homem que alega “lugar de mulher é pilotando fogão” e isso não passa de um inocente ato de imaturidade, assim como uma cantada é apenas uma “brincadeira inocente” para dizer a uma mulher o quanto ela é atraente. Alguns podem até reconhecer a vulgarização da mulher como machismo, mas logo “se lembram” que os homens são infantis e sempre caem nas artimanhas do “poder de sedução feminino”.
Resumo da estória: a censura contra a mulher só existe para proteger e tornar invisível a violência masculina. Ela é sempre descartada quando se refere á pornografia e á vulgarização da imagem da mulher nos meios midiáticos e imposta ao feminismo como bandeira de libertação sexual. A pergunta é: existe liberdade sexual para nós mulheres quando nosso corpo torna-se um objeto de uso masculino?
Mas então, que machismo é esse que a população identifica, já que as maiores violações dos direitos femininos são socialmente aceitas e incentivadas? Além de ser sinônimo de democracia, machismo também é “infantilidade masculina”, um “defeitinho á toa do homem”. Portanto, é reconhecido como machista o homem que alega “lugar de mulher é pilotando fogão” e isso não passa de um inocente ato de imaturidade, assim como uma cantada é apenas uma “brincadeira inocente” para dizer a uma mulher o quanto ela é atraente. Alguns podem até reconhecer a vulgarização da mulher como machismo, mas logo “se lembram” que os homens são infantis e sempre caem nas artimanhas do “poder de sedução feminino”.
Resumo da estória: a censura contra a mulher só existe para proteger e tornar invisível a violência masculina. Ela é sempre descartada quando se refere á pornografia e á vulgarização da imagem da mulher nos meios midiáticos e imposta ao feminismo como bandeira de libertação sexual. A pergunta é: existe liberdade sexual para nós mulheres quando nosso corpo torna-se um objeto de uso masculino?
O FEMINISMO CENSURADO
O feminismo luta para que nós mulheres não tenhamos a prostituição como opção de sobrevivência. Ser um país liberal nada mais é do que a institucionalização das práticas violentas contra a humanidade da mulher brasileira. A permissividade com a qual as autoridades do Estado brasileiro lidam com as questões da prostituição e da pornografia, confirma a negligência com a conseqüente evolução destes dois fatores: o tráfico de mulheres para os mercados sexuais. Até porque os homens do alto escalão são assíduos freqüentadores de bordéis ou montam suas redes de prostituição e pedofilia.
Feminismo só existe um. Este, diferente da pornografia e da prostituição, não é permitido, não está autorizado e não inclui em sua bandeira de luta o direito de exploração do corpo das mulheres. Este feminismo apresenta-se radicalmente contra a prostituição e a pornografia, mas não contra as mulheres que se denominam “profissionais do sexo” (ou “putas”, como muitas preferem ser identificas, vide a própria construção da Daspu, questionável ou não, para elas isso serve como afronta a própria hipocrisia cristã que as mesmas enxergam em sua “democrática” exclusão). Este feminismo não pode jamais ser contra estas mulheres, porque são mulheres. Mulheres que não são “vítimas”, mas são mulheres que sofrem uma violência diária, nua e crua, já que estas mulheres normalmente têm que escolher entre apanhar de seus maridos ou se prostituir, passar fome ou vender o corpo, viver na favela ou encontrar um gringo, ser estuprada pelo padrasto ou se submeter à exploração infantil. O feminismo de fato é contra a prostituição, a pornografia e a exploração sexual porque é contra o machismo. Eis o motivo pelo qual tentam calar nossa boca. Mas nós continuaremos gritando.
Feminismo só existe um. Este, diferente da pornografia e da prostituição, não é permitido, não está autorizado e não inclui em sua bandeira de luta o direito de exploração do corpo das mulheres. Este feminismo apresenta-se radicalmente contra a prostituição e a pornografia, mas não contra as mulheres que se denominam “profissionais do sexo” (ou “putas”, como muitas preferem ser identificas, vide a própria construção da Daspu, questionável ou não, para elas isso serve como afronta a própria hipocrisia cristã que as mesmas enxergam em sua “democrática” exclusão). Este feminismo não pode jamais ser contra estas mulheres, porque são mulheres. Mulheres que não são “vítimas”, mas são mulheres que sofrem uma violência diária, nua e crua, já que estas mulheres normalmente têm que escolher entre apanhar de seus maridos ou se prostituir, passar fome ou vender o corpo, viver na favela ou encontrar um gringo, ser estuprada pelo padrasto ou se submeter à exploração infantil. O feminismo de fato é contra a prostituição, a pornografia e a exploração sexual porque é contra o machismo. Eis o motivo pelo qual tentam calar nossa boca. Mas nós continuaremos gritando.
Texto: Isolda Natividade
Colaboração: Ana Clara Marques e Patrick Monteiro
Um comentário:
meu ultimo topico [em pleno Natal!] vai para todos/as do Maçãs Podres, a Atilia, a Hanabi e a Musa Nana Odara.
Postar um comentário