21 de ago. de 2010

Dilma e a Mística Feminina - Uma séria análise do Essencialismo na Campanha do PT

DILMA 3X4
História de uma guerrilheira
Antes de tudo, podemos dizer que Dilma Rousseff representava toda a proposta que designamos como primordial para o conceito de "Maçãs Podres". A proposta da insurreição feminista armada, capaz de desmistificar o mito da fragilidade feminina, foi a “inovação” que fez do blog um sólido espaço de debates, e algumas polêmicas.
Dilma representava todos os princípios pregados pelo feminismo dito “utópico”: rompeu com a construção social que lhe deram na infância ao abdicar da condição de classe burguesa e de mulher, aderindo à luta armada contra a ditadura. Sua capacidade intelectual e de liderança foram ostensivamente reprimidas pelo Estado militar e, mesmo com toda a força do machismo, Dilma era respeitada como uma igual por seus companheiros de luta.
Se ainda hoje os movimentos sociais são extremamente machistas, se o Estado ainda representa o poder institucional masculino, se o espaço público ainda é destinado aos homens, imaginem em 1967 quando a jovem Dilma se rebelou contra toda esta opressão e se estabeleceu como uma referência dentro dos movimentos de guerrilha.
Levada a sofrer tortura por 22 dias  e permanecer quase três anos prisa, Dilma dentro e fora da cadeia viveu como qualquer "homem/mito" que um dia teve limada sua liberdade. Ela enfrentou a morte na busca por seus ideais, quebrou as regras sociais, desobedeceu as normas legais, falsificou documentos e se desprendeu do consumismo fútil. Não houve em sua história de cárcere e luta uma só conotação que viesse a reproduzir qualquer estigma destinado as mulheres. Dilma era mais que um homem, tornara-se então um ser humano pleno, independente de sua determinação social.
Assim, Dilma Rousseff não nasceu mulher, tornaram-na. Assim, Dilma criou sua própria existência durante o período mais fudido da recente história brasileira. Dilma atingiu a transcendência humana pregada por Simone de Beauvoir. Mas hoje, infelizmente, ela pode atingir o mais alto cargo do poder político, tornar-se novamente uma mulher. É o preço a pagar pela sujeição do jogo político masculino? 
Abaixo fazemos uma séria análise da perseguição que Dilma vem sofrendo por parte dos machistas conservadores de direita e da destruição de sua história de vida, pelos machistas de esquerda, tudo isso apenas para participar do “mundo dos homens”, não do modo que ela quis, mas do modo que eles instituíram para nós mulheres. Por isso pedimos que leiam os textos abaixo com os mais conscientes olhos feministas.

OS ATAQUES DA DIREITA
A Globo mira em Dilma

Capa da Época após o 1° anúncio
da liderança de Dilma nas eleições
Passávamos de ônibus, e vimos uma capa de uma revista de direita que nos chamou a atenção. Ao descermos do “coletivo”, percorremos duas bancas de jornal de jornal e em ambas a edição estava esgotada. A imagem que nos atingiu em cheio, não só teve impacto em nossas mentes podres. Apenas num Shopping, conseguimos um exemplar da revista Época que estampou uma foto de Dilma Rousseff na capa. Mas não era uma foto qualquer, e sim uma imagem típica das que eram tiradas pelo Dops no período da ditadura militar.

O editorial
Já no editorial da revista, Hélio Gurovitz diretor de redação, estabelece uma sentença de Tony Judt: “o passado recente é mais difícil de entender e conhecer”. Este determinante se explica porque segunda a matéria, estudar história poderia nos ajudar a evitar os mesmos erros do passado.
Toda esta introdução ocorre para que o senhor Hélio possa estabelecer um paralelo entre a candidata do PT e o candidato do PSDB. Enquanto Dilma participa de grupos armados e se calou aos pedidos da revista em relatar sua experiência na luta contra o regime militar, José Serra se exilou e não cansa de narrar em entrevistas e debates o mesmo período.
Escrita por homens. É a mais radicalmente
contra a militancia de Dilma
A função do editorial de uma revista é definir a linha política desenvolvida por suas reportagens, não há nenhuma neutralidade, não há nenhum disfarce nos interesses a serem defendidos, abertamente a revista Época (Grupo Globo de comunicação) se declara contraria a candidatura de Dilma Rousseff.

1ª matéria “Dilma na Luta Armada”
De cara o texto escrito por três homens coloca Dilma como uma pessoa perigosa:
“Ela se casou duas vezes, militou em organizações clandestinas que defendiam e praticavam a luta armada (...), adotou cinco nomes falsos, usou documentos falsos (...) transportou armas e dinheiro obtido de assaltos”.
A reportagem foca as ações que Dilma (marxista guevariana) “optou” por desempenhar durante a luta contra a opressão militar. Contudo, não são as questões ideológicas que são avaliadas dentro da matéria intitulada “Dilma na Luta Armada”, mas é o valor moral da participação em assaltos de banco e, quem sabe, “eventuais assassinatos” que estão em jogo. A função aqui é atingir os conceitos conservadores da classe média brasileira questionando sua disposição de ter como representante máxima uma “terrorista”.
A linha do tempo usa as cores comuns
 aos governos totalitarista, o formato das
linhas lembram a suástica. Armas e documentos
 são montadosdo mesmo modo que a polícia
costuma apresentar assaltantes a imprensa.
Os grupos de guerrilha que Dilma teve participação são
 definidos como "organizações” modo que a imprensa
descreve o PCC
“O Colina (grupo que Dilma participou) ajudou a promover greves, assaltou bancos, roubou carros e matou policiais em confrontos em Minas Gerais e no Rio.(...) Foram apreendidos armas e bombas, pistolas, revólveres, fuzil e metralhadoras. (...) Dilma é tão citada em depoimentos que em dado momento do processo, o juiz José Paulo Paiva afirma que ‘não há (necessidade) de especificar sua ação, pois tudo que teve no setor teve a sua participação direta’”.
Após transações com dinheiro das ações revolucionárias Dilma é presa e torturada, segunda a revista, ela delatou quatro colegas, levando os militares na porta de seus camaradas da VAR (Vanguarda Armada Revolucionária). Entretanto, para os jornalistas em questão "Dilma hoje goza de tratamento especial da Justiça Militar", pois dentro dos processos abertos para pesquisa seu nome é riscado dos autos do processo de seu ex-camarada Antônio Espinosa.
Toda esta reportagem se dá unica e exclusivamente, segunda os jornalistas, porque Dilma não atendeu aos insistentes pedidos da revista Época em responder oito perguntas, entre elas:
Matéria é escrita por uma mulher,
Apresenta a solidariedade entre as presas
 e a "inabilidade feminina" de Dilma.
Qual papel teve no roubo do cofre de Adhemar de Barros? Que tipo de treinamento com armas ela fez? Qual a extensão do papel de Dilma a organizações a bancos?
E cheios de intenções de classe, "os três mosqueteiros jornalistas" finalizam a matéria dizendo que derrotada pela ditadura, agora Dilma pode se tornar "vencedora" do pleito eleitoral.

2ª matéria:"Dilma no Cárcere"
 A segunda matéria é escrita por uma mulher. Aqui a candidata é apresenta no panorama de relações humanas, a solidariedade entre as presas, a liderança que ela exercia entre as encarceradas e a inabilidade dela para lidar com questões femininas. A reportagem visa apenas relatar a vivência dela na cadeia, trazendo informações menos "importantes". Os depoimentos são quase em tão de "fofoca":
"Dilma era desprovida de qualquer dote para o forno e fõgão" - Cida Costa, 65 anos (advogada)
"Na Copa de 70 Dilma vibrava com os gols do Brasil. Ela entendia de futebol" - Rosalba Muledo 66 anos (socióloga)

Racismo Feminismo Mentirosa Infantilização
Um fato relevante na análise desta matéria é o intuíto de criar em Dilma uma imagem nada "feminina". Apesar de parecer algo bastante interessante, pois o texto traz uma das poucas falas da Dilma sobre a tortura que sofreu ("eu queria desmaiar não aguentava mais tanto choque e comecei a ter uma hemorragia") e também por ser escrita por uma mulher, o texto se apresenta uma "faca de dois gumes", pois tanto humaniza a candidata quanto a afasta as leitoras comuns de se identificarem com ela.
3ª matéria: "O carrasco virtual da Dilma" 
A série de reportagens termina com uma crônica de Guilherme Fiuza (o mesmo autor do livro que defende seu primo playboy João Estrela, "Meu nome não é Johnny"). O sr. Fiuza é notório "crítico" de Dilma Rousseff (vejam nos links abaixo da foto ao lado). Jornalistazinho pseudo-intelectual de direita, Fiuza começa a matéria sentenciando a premissa do editorial:
"Derrotado em três eleições presidenciais, prisioneiro de um discursso anacrônico contra a política econômica que fundaram o real, Lula se tornara um candidato de plantão, quase folclórico. Uma guinada histórica o transformou em Midas eleitoral, capaz de reeditar, com a invenção de Dilma Rousseff, o famigerado plano Celso Pitta - que parecia uma lição definitivamente assimilada".
Fiuza justifica sua matéria comparando Dilma Rousseff a Celso Pitta (sucessor de Paulo Maluf na prefeitura de São Paulo), anulando toda a história política dela. A invenção de Dilma Rousseff, segundo ele, só ocorre porque Antônio Palocci e José Dirceu, articuladores da campanha vitoriosa de Lula, foram pegos no escândalo do mensalão. Dilma seria então um tapa-buraco político. O mesmo finaliza a matéria dizendo o seguinte: (se Dilma for eleita e) "der dor de cabeça, azar. Será tarde demais para pedir a Dilma - mãe ou madrasta - que escreva uma bela Carta ao Povo Brasileiro".  
OS ESTIGMAS DA ESQUERDA

Criadores de gado, pedreiros, caminhoneiros, boiadeiros, pescadores, padeiros, engenheiros, operários, agricultores e construtores navais, estes foram os personagens masculinos que contamos dentro do vídeo. Todos saindo para construir faróis, estradas, navios, edifícios e deixando na porta de casa suas esposas e filhas esperando sentadas na janela.
Os homens saem para conquistar e transformar o mundo, enquanto as mulheres administram o lar, exercendo seu papel de mãe. Mãe preta, mãe pobre, mãe branca, jovem mulher branca, todas elas mães. As únicas que aparecem trabalhando em ambiente não doméstico, são brancas e estão de branco. Enquanto Lula é carregado no alto pelos companheiros, de “baixo”, Dilma é cumprimentada pelas pessoas. É a hierarquia dos sexos. Há mais de um ano, nós tínhamos lamentado se os caminhos ideológicos para a construção da campanha de Dilma caissem nos cliches da reproduções dos papeis sexuais. Sai o papai Lula, assume a mamãe Dilma. Mesmo só analisando a mensagem final deste vídeo de campanha, estavamos certas. Até mesmo em outros instrumentos de divulgação de sua campanha, os signos das determinações sociais estão presentes. Ao entrarmos no blog de campanha vimos que a forte cor vermelha do Comunismo, adotada pelo Partido dos Trabalhadores, é aos poucos substituída por um "rosa menina" a medida que vai-se lendo os "posts". Em outras palavras, dos símbolos mais elementares, aos mais elaborados, a mistificação/estigmatização dos papeis sexuais estão presentes nos elementos que compõem a campanha criada pelo PT. Como a net é para jovens, nada mais conveniente do que diluir a força vermelha na delicadeza do rosa.

AS CONSEQUÊNCIAS DA ESTRATÉGIA PETISTA
Da realidade histórica, a construção de um velho/novo Mito Feminino

O mito da Mística Feminina
Desconstruir o mito de "cuidadoras e o destino matrimonial feminino" (legitimado por um biologicismo tendencioso) foi um luta árdua do movimento de mulheres. Contra toda uma infra-estrutura de Estado que produzia justificativas baseadas no senso comum, a desnaturalização dos papéis sexuais, somente passou a ter fundamentação teórica em 1949, com a publicação do livro "O segundo sexo". Porém suas ideias só se instituíram como base feminista, nos anos de 1960, quando estudos de psicologia comportamental, uma década antes, se preocuparam em compreender a frustração que parecia "inerente" as mulheres.  
Após a Crise de 1929, e se preparando para a Segunda Guerra Mundial, o Estado norte-americano estimulou uma educação que, nas meninas, desenvolvia as habilidades maternas e matrimoniais (mãe e esposa zelosa). Com a vitória estadunidense contra a Europa nazista, a "american way of life" se espalhou pelo mundo, através do cinema, solidificando, como sinônimo de progresso, o consumo. Máquinas de lavar, geladeiras, fogões tornaram-se extensões do corpo feminino e diversos distúrbios psicológicos (como a depressão) são diagnosticados nas mulheres. Criadas para viver apenas para os maridos e filhos, toda a força criativa de gerações de mulheres foi canalizada para aumentar as desigualdades de gênero, justificando como obrigatória a dedicação feminina ao lar e aos trabalhos domésticos.
Apenas na década de 1980, as mulheres sentiram os reflexos do auge feminista no mercado de trabalho. Os valores do casamento, da maternidade e da fragilidade foram postos em segundo plano e o principal objetivo "feminino" passou a ser a independência financeira. Esta nova postura das mulheres causou "a crise da masculinidade", e os homens passaram a ter seus empregos "ameaçados" (pois as empresas agora tinham uma mão-de-obra ávida para produzir por salários mais baixos). Para o bem ou para o mal, com a desconstrução da mística feminina, as mulheres ampliaram suas opções de vida, podendo assim instituir um novo paradigma que não exigisse para servir exclusivamente aos desejos masculinos.
O mito da Beleza
Ainda nos anos de 1980, a contra-ofensiva masculina ao processo de emancipação econômica se intensificou. Uma nova mentira foi eleita para estigmatizar nas mulheres uma nova mística feminina: o mito da Beleza. O quê antes era apenas a inspiração dos poetas ou uma dádiva divina, se institucionalizou como uma obrigação profissional, um reflexo que projeta os valores essenciais das mulheres para o mundo. Em linhas gerais, os instrumentos midiáticos passaram a pregar por todos os lados que "a 'beleza' definiu-se como uma qualificação legítima e necessária para a ascensão de uma mulher ao poder. (...)Ela expressa a dedicação e a criatividade das mulheres,(...)e o cuidado consigo mesma, demonstrando a mentalidade consequente do sucesso do movimento feminista".
O inessencial retornou assim ao corpo das mulheres e isso passou as ser sentido nas gerações do fim do século XX. Bulimia, anorexia, crises agudas de depressão, transtorno bipolar, TPM, foram algumas das "doenças" que substituíram a "frigidez histérica" dos tempos freudianos. Se "espelhando" no frágil físico das top models e na sensualidade das “bad girls” as atuais gerações sucumbiram a coisificação feminina. Ter um corpo malhado ou magricela tornou-se o principal passaporte para o sucesso, deixamos novamente o cérebro e os rumos de nossas vidas para os homens se responsabilizarem.
É na beleza padronizada e industrializada que está contida a essência das mulheres. Este “rótulo” vai mostrar como se “usa e quais são suas contra indicações”. Mesmo em locais que aparentemente não exigi este padrão, a vaidade feminina vai estar contida de forma naturalizada. Seja caminhoneira, taxista, empresária, pedreira e etc, ela ainda conserva toda sua “delicadeza, sutileza e sentimento de cuidado natural de uma mulher”, quer dizer, mesmo ela exercendo funções que não é da sua “natureza” ela não vai abrir mão de sua vaidade.
A vaidade diferencia esteticamente as mulheres dos homens nos locais de trabalho, dentro de uma fabrica, na gerência ou como motorista elas são discriminadas, seja através de roupas, mas principalmente por sua vaidade. E é nisso que está a diferenciação para ser tratada como desiguais, significando a sua limitação. Batons, escovas, pentes e cremes tornam-se como parte do corpo é como se estes fossem as mãos ou os braços das mulheres. Esta arma é letal para nossas mentes e corpos, é ela que vai justificar nossa “limitada glória” ou nossa grande desgraça.
Ao ("ser obrigada a") fazer cirurgias plásticas, antes mesmo de ser efetivada como candidata oficial do PT, Dilma passa a representar os valores estéticos da beleza padronizada, reafirmando o mito da beleza feminina e a manutenção desta divisão sexual econômica.
Estamos tão acostumados a ver pessoas com uma estética moldada, que quando aparece alguém fora deste padrão cria logo um estranhamento. Se for uma mulher virão vários questionamentos sobre sua conduta “moral e ética”, se ela se gosta e no caso das candidatas os termos usados desqualificam sua “competência feminina”. Se ela não se cuida como vai cuidar de nós? Perguntam os homens.
Os comentários iniciais sobre a primeira aparição de Dilma (ainda Ministra) depois da cirurgia foram "elegantemente galanteadores". Segundo Ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, "Dilma ficou bem 'deu uma arrumada na ministra'. Essas coisas (plástica) são difíceis e ela está feliz com ela. Isso é o mais importante"; o presidente do senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), citando o poeta Vinicius de Moraes, comentou: “Creio que a Ministra Dilma está se preparando para a campanha política de todas as formas. Não só na esfera política, mas no que toca à beleza física. A mulher deve sempre buscar a beleza. Como dizia o Vinicius, a beleza é fundamental”; o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: “A ministra apresenta uma característica de toda mulher brasileira que é a vaidade e o desejo de ficar bonita, contemporânea e bem consigo mesma. Achei que ficou bonita, mais jovem. Passa uma imagem mais confiante”; o senador Walter Pereira (PMDB-MS) que lamentou não ter visto a ministra: “Ela ficou ótima com a aparência renovada. Está parecendo uma menininha, mas que tem muito músculo para dar porrada”.
Esta primeira aparição não podia ser em local mais apropriado para tal exigência: um desfile de moda.
Com os cabelos mais “domados” e menos “rebeldes”, com a franja caída na testa dando um ar jovem, bastante maquiada e sem seus habituais óculos.  Apareceu ao lado de Lula, com um terninho, na primeira fileira num desfile de moda com novidades calçadistas. Há quem diga que "sapatos e mulheres são coisas que não se separam".

"O  segundo sexo"
O quê mulheres levaram dois milênios para diagnosticar e desconstruir, quê  Dilma levou uma vida para experimentar, o PT destrói massificantemente na campanha eleitoral. O marqueteiro João Santana dispôs de R$ 25 milhões para reafirmar em Dilma a imagem da "mãe e da cuidadora". Imagem esta que é o oposto de sua história pública. Imagem que tanto o movimento feminista tenta desconstruir. O pior é que enquanto os marqueteiros de Serra tentam enfocar o passado "revolucionário" de Dilma, a fim de causar o horror na população e evitarem sua eleição, eles acabam por contribuir na descontrução do consciente coletivo que estabelece o mito da fragilidade feminina, mesmo que de apenas uma só mulher, diferente do que tem feito a "esquerda petista".
Contudo como o maketing do PT é muito mais elaborado e sentimentaloide, atinge em cheio todos signos que a milênios permeiam a construção da indentidade feminina no imaginario da população, pior, das novas gerações que terão Dilma como modelo político de poder.
 Ao ("ser obrigada a") fazer uma cirurgia plástica, antes mesmo de ser efetivada como candidata oficial do PT, ao se permitir entrar neste jogo de “interesses”, Dilma está deixando os homens tomarem os rumos de sua vida e de sua imagem. Convenhamos, Dilma não é culpada do machismo, mas ao rejeitar seu passado histórico (diferente de Marina Silva), ela possui seu nível de responsabilidade no processo, construindo esta etapa de sua história com a mesma imagem que oprime ha milênios as mulheres.
Se posicionando desta forma passiva, ela joga o jogo do inimigo. Quando Dilma estiver no poder, por falta de consciência feminista (ou não), ela não vai propor e nem sequer ousar se posicionar de forma contrária ao que estão lhe conduzindo. Ela vai continuar a perpetuar a mesma política e, com qualquer “escorregão”, ela vai entrar para a história como o “erro feminino”.  E isso é tudo que os machistas mais querem. (Mas, por respeito a toda sua antiga história, boa sorte Sra. Dilma)  e aqui seguimos com o feminismo.

Texto: Ana Clara Marques e Patrick Monteiro

3 comentários:

Carlos disse...

"Dilma Rousseff representava toda a proposta que designamos como primordial para o conceito de 'Maçãs Podres'." Para a análise ficar perfeita, só faltou atualizar a perspectiva e acrescentar que ela ainda a representa totalmente. Com Dilma, nenhuma maçã restará intacta!

GRIF Maçãs Podres - Anonymous disse...

Carlos, trocadilho inteligente.

Mas não sejamos tão "desistentes", na cesta que Dilma se encontra inserida, os frutos são conservadores intoxicados de conservantes e não "Maçãs trnasgressoras".
Toda maçã traz em si a capacidade de apodrecer, porém a maioria das maçãs é cultivada pra virarem alimento do "bicho homem", antes mesmo de maturarem.
Assim, enquanto houverem maçãs, haverá condições delas apodrecerem, e também existirá Feminismo, ou possibilidade de. Seja com ou no após "Dilma".
A não ser que você tenha escrito que com ela, todas nós vamos apodrecer. Aí seria algo que não existe: Um Milagre!

Anônimo disse...

É ISSO QUE DÁ,CONCEDER ESPAÇO PARA CERTAS MULHERES,QUE QUEREM FAZER AQUILO QUE DÁ NA TELHA,PODIA FAZER PELO MENOS VALER O DIREITO QUE O NOS CONCEDIDOS NÉ DONA DILMA SAPATINHA................................