Carta de Dilma para os Cristãos |
É engraçado observar como os conservadores combatem o conservadorismo: o PT criou a imagem da "Mãe Dilma" e "os partidos de Direita" se fundamentam na religiosidade para criarem argumentos contra Dilma. "Mãe é aquela que pariu, mas se Dilma é favorável ao aborto, logo não é mãe", pensaram os partidários do "PSDbeus ".
Como as Maçãs Podres não possuem pudores relisiosos, vamos pegar uma onda na moral conservadora e argumentar com ela só pra mostrar sua contradição.
Toda esta polêmica se faz desnecessária. Dilma já declarou ser contra o aborto. Durante esta semana ela reafirmou isso, como já tinha feito na campanha eleitoral. Na busca pelos votos religiosos, que correram para a urna da Marina Silva, a candidata do PT declarou:
"Eu não tenho problema de tocar nesta questão religiosa. Eu sou de uma família católica. Eu sou e sempre fui a favor da vida".
Com argumentos de que o Governo financia o Bolsa Família, que ela parou a campanha eleitoral por causa do nascimento e batizado do neto, Dilma comprova que é realmente pró-vida. E se não for, lamentamos que ela tenha se tornado tão submissa a ponto de "mudar sua opinião" sobre uma das questões mais fundamentais para as mulheres. Mas "erra é humano", "perdoar é divino" e a qualquer momento uma pessoa pode se arrepender o que fez, se entregando aos braços do Senhor. Por isso crentes, votem na Dilma, pois assim como o apóstolo Paulo, ela encontrou a Luz (do Parto).
E Ciro, será mesmo que somos unilateralmente contra o aborto? No mínimo, somos favoráveis a libertação do corpo das mulheres, quem sabem este eufemismo permita que a descriminalização ocorra.
Texto: Ana Clara Marques e Patrick Monteiro
3 comentários:
Discriminalizar é sem dúvida a chave desta entrada difícil de acessar e de falar, e que como vimos virou o suposto motivo do 2.º turno.
Falar do assunto implica em falar de tudo o mais que envolve a decisão pelo aborto. Falar em discriminalizar o aborto implica em pensar a formação humana, a formação que permita alguém chegar a competência pessoal de fazer escolhas, acho que a discussão está muito além de querer ou preterir uma gestação... mas, claro, é o primeiro e difícil passo que precisa ser dado.
oi Dalva
Se falar de aborto é difícil, podemos supor o quanto mais doido seja relalizá-lo.
Existem vários caminhos para este debate, mas a única via que não pode ocorrer é negligeniarmos o fato do aborto já é uma prática constante no Brasil.
Porém,criminalizada, ela leva a óbito apenas mulheres de baixa renda que não podem pagar por clínicas "limpas" e médicos "gabaritados", se submetendo aos caprichos de carniceiros e traficantes de medicamento.
Defender a criminalização do aborto é, no mínimo, desconsiderar o negócio clandestino destas clínicas que lucra pela miséria e morte alheia. É desconsiderar e não se solidarizar com as mulheres que mais sofrem com a desiguladade social. É apoiar os privilégios de quem tem dinheiro e que por isso passam por cima das leis, sem prejuizo e com lucro. Além de se posicionar ao lado dos machos que no fundo pouco se importam verdadeiramente com a questão de abortar ou não, pois o corpo violentado não é o deles.
Se a mulher faz um aborto, ele fica livre. Se ela não o faz, ele pode perpetuar seu nome (ou não) e sua virilidade, para toda a sociedade, sem demais compromissos, pois como afirma o machismo "quem pariu matheus que balance, mesmo que isso foda sua vida ou que você tenha que vê-lo chorar de fome.
Saudações Feministas!
Só corrigindo...
onde se lê no meu comentário "discriminalizar" leia-se "descriminalizar"... rsss. Bjs.
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