8 de dez. de 2010

Exposição 16 x Arte :Pelo Fim da Violência contra a Mulher

"VÉU DE NOIVA"












Nós Maçãs Podres embarcamos em um novo Projeto pela erradicação da violência contras as mulheres, agora ligado ao Instituto Sou Da Paz e ao Coletivo IMARGEM: a "EXPOSIÇÃO 16X ARTE".
A concepção e a construção da tela:
Apesar das evidentes diferenças ideológicas como o renomado instituto, pois nosso foco é o feminismo radical, aceitamos participar deste por motivos muito particulares: a oportunidade de produzirmos uma obra política e artística extremamente feminista. Ou seja, a superação do modo de arte que fazemos (pois, nenhuma de nós três tínhamos feito telas em que a linguagem do graffiti feminista não fosse o elemento principal). Através de técnicas até então desconhecidas para nós, questionamos alguns dos motivos originais da violência contra as mulheres, esquecidos pelos projetos sociais que acabam por focar-se apenas nas conseqüências da violência e não em suas causas (a servidão do matrimônio, o culto da virgindade/monogamia, como aprisionamento da sexualidade feminina e o mito do amor romântico, como elemento de alienação das mulheres).
O ponto de partida para a produção da tela foi o conceito “Grades de Flores”, publicado aqui no blog. A partir desta idéia, selecionamos alguns elementos que iriam compor a tela: uma cerca de arame, flores secas, tecido de renda e símbolos de “(dês)união monogâmica”. Depois de elencados os elementos, elaboramos as oposições que se encontram presentes nestes símbolos, com seus significados sociais de ideologia machista e de morte para as mulheres, como o “buque de rosas x coroa de flores”.
A grande importância desta produção para nós Maçãs Podres foi garantir que a exposição viesse a ter uma forte pintura feminista e não (apenas) uma necessária “manifestação contra a violência” (algo que graças as/aos envolvidas/os, não nos preocupava, porém que também não significava ter conceitos políticos feministas expressos nas obras). Abaixo publicamos o release da Exposição/Projeto:



Arte e ativismo: artistas se unem na periferia pelo fim da violência contra a mulher
Artistas da zona sul de São Paulo se unem na exposição 16 vezes artes para marcar os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. A exposição ficará de 10 de dezembro a 31 de janeiro de 2011 na estação Grajaú da CPTM.
A cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. Na América Latina, 1 em cada 3 mulheres já sofreu violência. Diante da gravidade do problema, organizações do mundo todo – entre elas o Instituto Sou da Paz – participam anualmente da campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Durante os 16 dias – que no Brasil vão de 20/11 a 10/12, por conta do feriado da consciência negra - são realizadas atividades de mobilização, conscientização e sensibilização da sociedade para o tema. Este ano, o Instituto Sou da Paz em parceria com o coletivo Imargem – composto por artistas da zona sul de São Paulo - e com o apoio da marca de absorventes femininos Sempre Livre, da Johnson & Johnson, e da CPTM estão organizando a exposição 16 vezes arte: pelo fim da violência contra a mulher.

A exposição reúne obras de 16 artistas da grande São Paulo, entre fotógrafos, poetas, grafiteiros e artistas plásticos que vão retratar o tema por meio de sua arte. O objetivo é sensibilizar e mobilizar os moradores da região Sul da cidade de São Paulo para a urgência do fim da violência contra as mulheres. Os artistas convidados são jovens, mulheres e homens, que atuam na cidade, criando intervenções e situações provocadoras em espaços públicos.
“Esperamos com a exposição alertar as pessoas para este grave problema que afeta mulheres do mundo todo e promover em quem estiver passando pela estação de trem a reflexão sobre os impactos deste tipo de violência – que pode se manifestar de diferentes formas: cultural, psicológica, física”, explica Gabriel di Pierro, coordenador do projeto Juventude, Gênero e Espaço Público do Instituto Sou da Paz. O projeto já atua na região há cerca de 3 anos promovendo oficinas de comunicação com jovens sobre prevenção da violência de gênero.
Conheça o coletivo Imargem
O Projeto Imargem é uma intervenção multidisciplinar que, reunindo arte, meio ambiente e convivência, pretende enfrentar o isolamento das comunidades que vivem às margens da cidade, a partir da represa Billings, Distrito do Grajaú, São Paulo. O grupo de jovens artistas que atua no Imargem entende a arte como instrumento potente de expressão e interlocução; a convivência como mecanismo de explicitação de interesses, de construção de consensos e de enfrentamento dos preconceitos; e o meio ambiente como o resultado da relação conflituosa entre a ocupação humana desordenada e as paisagens da cidade.
O Imargem tem enorme expressividade no Grajaú, participando da organização de diversas manifestações culturais no bairro. Também é reconhecido por promover diversas atividades com artistas independentes da cidade sobre temas variados. Um dos maiores encontros de grafitti no Brasil conhecido como Niggaz, é promovido pelo coletivo e acontece todos os anos reunindo mais de 100 grafiteiros de todo o país.

Serviço:
Exposição 16 vezes arte: pelo fim da violência contra a mulher
Curadoria: coletivo Imargem
Estação Grajaú da CPTM
De 10 de dezembro a 31 de janeiro de 2011

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