Sobre a família repousam todas as contradições e conflitos originais da divisão social, desde sua origem histórica, passando pela propriedade privada de bens e pessoas, cujo o germe reside na posse masculina da mulher e das crianças como escravas.
Consagrada pela Igreja e reconhecida pelo Estado, a estrutura familiar constitui-se num mito de amor e respeito que não se sustenta quando são analisadas as denúncias de violência e maus-tratos contra a mulher do LIGUE 180 (os dados da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, a partir do balanço semestral da Central de Atendimento a Mulher), pois em 72,1% dos atendimentos, as vítimas disseram coabitar no mesmo espaço que o agressor; 57,9% elas afirmaram se encontrar em instituição matrimonial (casamento/união estável); 68,1% dos casos, foi relatado que os filhos presenciam a violência; e 16,2% das denúncia, também as crianças sofreriam violência junto com a mãe.
Reguladora das contradições sociais que estabelecem o antagonismo de classe sexual, se conclui então que é no cerne das relações familiares que se instauram grande parte das violentas relações do “pátrio poder”.
Outro mito que cai com estes dados é “o mito da dependência econômica”, que pro senso comum era apresentado como principal fator de “conivência” feminina com a violência domestica/familiar.
Em 69,7% das declarações, as mulheres relataram que não dependerem financeiramente do agressor, ou seja, que não dependem de seus companheiros para sobreviverem.
Este é um aspecto fundamental para referenciarmos nossos parâmetros de luta feminista, já que residem na concepção da independência econômica das mulheres, os discursos burgueses e pós-modernos da emancipação feminina. Por reafirmarem o atual sistema econômico patriarcal, muitas mulheres não percebem a falácia do discurso da “emancipação” e que este não significa o mesmo que “libertação”.
Como comprovam os dados, estar inserida no mercado de trabalho e sustentar-se economicamente dentro do capitalismo não é suficiente para eliminar das diferenças de classe sexual, porque o capitalismo nada mais é do que a expressão econômica do próprio patriarcado.
O Mito da Independência Econômica
Outro mito que cai com estes dados é “o mito da dependência econômica”, que pro senso comum era apresentado como principal fator de “conivência” feminina com a violência domestica/familiar.
Em 69,7% das declarações, as mulheres relataram que não dependerem financeiramente do agressor, ou seja, que não dependem de seus companheiros para sobreviverem.
Este é um aspecto fundamental para referenciarmos nossos parâmetros de luta feminista, já que residem na concepção da independência econômica das mulheres, os discursos burgueses e pós-modernos da emancipação feminina. Por reafirmarem o atual sistema econômico patriarcal, muitas mulheres não percebem a falácia do discurso da “emancipação” e que este não significa o mesmo que “libertação”.
Como comprovam os dados, estar inserida no mercado de trabalho e sustentar-se economicamente dentro do capitalismo não é suficiente para eliminar das diferenças de classe sexual, porque o capitalismo nada mais é do que a expressão econômica do próprio patriarcado.
Texto: Patrick Monteiro e Ana Clara Marques
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Obs: este texto é complemento do texto Dados atualizados das denúncias de Violência Contra a Mulher em 2010
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