Nós Maçãs Podres destacamos duas questões sobre MASCULINIDADE
1º - O vampirismo emocional masculino
1º - O vampirismo emocional masculino
Os dados da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres apontam uma forte dependência afetiva masculina frente às mulheres, pois 14,7% das que prestaram queixa se deu contra os ex-namorados ou ex-companheiros.
Além do óbvio sentimento de propriedade sobre o corpo feminino, existe ainda “o vampirismo emocional” masculino. Produto cultural de uma sociedade fragmentada, os homens crescem necessitando que as mulheres sirvam de base para a manutenção de seus projetos de vida. Socialmente construídos como gladiador em constantes batalhas, os homens são iludidos a acreditar irão encontrar compreensão passiva no seio de “suas mulheres” e que estas deveriam expressar e projetar para toda a sociedade, a força de sua masculinidade.
Quando domesticadas e cativas, irrestritamente as mulheres acabam mesmo por recarregarem as baterias emocionais dos machos, cuidando de suas crias e administrando as inseguranças masculinas. Entretanto, ao rejeitarem manter estas relações, ao mesmo tempo, tais mulheres, comprovam o quanto os homens são incapazes de lidar com suas emoções e fragilidades, e assim estes recorrem a violência para camuflarem tais situações.
Evidenciamos que as questões de classe são determinantes para a conclusão dos dados de denúncia, do 1º semestre de 2010, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
Mesmo que os números não sejam tão objetivos quanto são as razões sociais das agressões, as estatísticas apontaram que 48,3% das mulheres que denunciaram para o LIGUE 180 possuem o nível fundamental de escolaridade (67,3% tem entre 25 e 50 anos), repetindo o mesmo perfil dos ditos agressores - a maioria dos tem entre 20 e 45 anos (73,4%) e 55,3% nível fundamental de escolaridade.
É válida uma análise minuciosa, e alguma ressalva, a estes dados, pois eles poderiam levar a conclusões preconceituosa (quem sabe seja esta a intenção, proteger os valores das altas classes médias e dominantes). É graças aos estigmas e mitos contra as classes mais baixas que ideologicamente tentam sustentar o machismo, desvalorizando o feminismo.
Durante muito tempo se sustentou a idéia de que os homens violentos são “ignorantes e rudes”; Indiretamente, tal farsa conduzia ao mito de que os “cavalheiros” das altas rodas, não produzia violência contra as mulheres. Eram príncipes defensores das frágeis donzelas. Perfeito e feito para o casamento eterno e dos sonhos femininos, o cavalheirismo era tido como refinamento educacional. Assim, a delicadeza do tratamento com as mulheres (as flores, o pagamento dos jantares e as portas abertas dos carros) criavam uma aura romantizada das violentas relações de gêneros.
Toda via, qualquer é fato que educação que reproduza os mesmos papeis estabelecidos para homens (provedor) e mulheres (dependente), não farão nada mais que esconder a verdade: o cavalheirismo é/era a maneira melindrosa dos homens manterem a sujeição das mulheres.
Se os índices de violência nas classes sociais mais altas não forem semelhantes aos dados apresentados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres é porque não ocorrem às denúncias ou elas não são registradas. E quando acontecem perpetuam polêmicas ou se arrastam com impunidade.
Vejam o caso Dado Dolabella, que condenado a dois anos e nove meses de prisão em regime aberto, sentença proferida pela juíza Ane Cristine Scheele Santos, por agredir a ex-namorada e atriz Luana Piovani e a camareira Esmeralda de Souza, teve a seu favor uma reportagem do site G1 (de Daniel Brunet e Selma Schmidt) que, já no título, põem em dúvida a pena do réu. Porém se o homem em questão fosse o pedreiro da casa ao lado, será que alguma voz teria a coragem de criticar?
Texto: Patrick Monteiro e Ana Clara Marques
--------------------------------------------------------2º - Caso Dado Dolabella e a falsa delicadeza do Cavalheirismo
Evidenciamos que as questões de classe são determinantes para a conclusão dos dados de denúncia, do 1º semestre de 2010, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
Mesmo que os números não sejam tão objetivos quanto são as razões sociais das agressões, as estatísticas apontaram que 48,3% das mulheres que denunciaram para o LIGUE 180 possuem o nível fundamental de escolaridade (67,3% tem entre 25 e 50 anos), repetindo o mesmo perfil dos ditos agressores - a maioria dos tem entre 20 e 45 anos (73,4%) e 55,3% nível fundamental de escolaridade.
É válida uma análise minuciosa, e alguma ressalva, a estes dados, pois eles poderiam levar a conclusões preconceituosa (quem sabe seja esta a intenção, proteger os valores das altas classes médias e dominantes). É graças aos estigmas e mitos contra as classes mais baixas que ideologicamente tentam sustentar o machismo, desvalorizando o feminismo.
Durante muito tempo se sustentou a idéia de que os homens violentos são “ignorantes e rudes”; Indiretamente, tal farsa conduzia ao mito de que os “cavalheiros” das altas rodas, não produzia violência contra as mulheres. Eram príncipes defensores das frágeis donzelas. Perfeito e feito para o casamento eterno e dos sonhos femininos, o cavalheirismo era tido como refinamento educacional. Assim, a delicadeza do tratamento com as mulheres (as flores, o pagamento dos jantares e as portas abertas dos carros) criavam uma aura romantizada das violentas relações de gêneros.
Toda via, qualquer é fato que educação que reproduza os mesmos papeis estabelecidos para homens (provedor) e mulheres (dependente), não farão nada mais que esconder a verdade: o cavalheirismo é/era a maneira melindrosa dos homens manterem a sujeição das mulheres.
Se os índices de violência nas classes sociais mais altas não forem semelhantes aos dados apresentados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres é porque não ocorrem às denúncias ou elas não são registradas. E quando acontecem perpetuam polêmicas ou se arrastam com impunidade.
Vejam o caso Dado Dolabella, que condenado a dois anos e nove meses de prisão em regime aberto, sentença proferida pela juíza Ane Cristine Scheele Santos, por agredir a ex-namorada e atriz Luana Piovani e a camareira Esmeralda de Souza, teve a seu favor uma reportagem do site G1 (de Daniel Brunet e Selma Schmidt) que, já no título, põem em dúvida a pena do réu. Porém se o homem em questão fosse o pedreiro da casa ao lado, será que alguma voz teria a coragem de criticar?
Texto: Patrick Monteiro e Ana Clara Marques
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres
Obs: Este texto é complemento do Dados atualizados das denúncias de Violência Contra a Mulher em 2010
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