Fazenda de Bebês na Tailândia
Segundo informa o G1, um grupo de chineses administrava uma firma de barriga de aluguel, num sítio em Bangcoc, que funcionava pela internet e “requisitava” mulheres vietnamitas para o “serviço”, com a promessa de pagar (US$5,5 mil) e privacidade aos “clientes”.
Entretanto, ao chegarem na casa, as mulheres tinham o passaporte apreendido e, ao que parece, não recebiam nada pelo aluguel do útero.
No dia da batida, denunciada por 4 mulheres a embaixada vietnamita, 13 mulheres estavam na “fazenda”, sete estavam grávidas e uma tinha feito um parto a dois dias, em um hospital, no distrito de Min Buri.
O pior é que a polícia parecia já conhecer as atividades empresariais do grupo, pois “o executivo" da firma Siang Lung Lor chegou a ser intimado, já que a Tailândia proíbe a comercialização da gestação pelos códigos médicos e hospitalares. Todavia, como consta na notícia, o Parlamento tailandês não votou sua legislação sobre as práticas da concepção artificial, o crime neste aspecto pode ficar impune.
As Senzalas Sexuais do Patriarcado Brasileiro
No início (03/02/11) e na metade do mês (19/02/11) passado, foi amplamente noticiado que as forças policiais do Estado de São Paulo haviam dado batidas na região central de São Paulo, em que se desenvolvem empreendimentos comerciais de exploração sexual. Neles, aliciadores de menores homossexuais e travestis, oriundos da região norte e nordeste, eram mantidos em cárcere privado.
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As práticas do aliciamento possuem os mesmos métodos utilizados no tráfico de mulheres, onde “bons empregos” são oferecidos em regiões de baixa renda, mas ao chegarem ao local da atuação, as pessoas, neste caso, as travestis e os menores, são obrigados a se prostituirem (e fazerem implantes de silicone) para “pagarem” as despesas da viagem, alimentação, hospedagem e o investimento na transfiguração do corpo.
Para nós feministas
Além da urgência da informação, como um alerta e ampliação das denúncias, relembramos que o Brasil é um dos paraísos internacionais da prática de mercantilização do útero, conhecida como “barriga de aluguel”, e um dos principais países do mundo em que desenvolve o tráfico de mulheres e travestis para a exploração do comércio sexual dos países ibéricos. Nos parece também, dadas as imagens, que as vítimas no caso exposto acima foram detidas para "averiguação" como se fosse as criminosas. O fato que representaria uma grave violação aos direitos delas, mas que porém são completamente condizente com a perspectiva patriarcal, reproduzidas pelas forças do Estado, dos mecanismos de repressão machista sobre qualquer mulher que desrespeite as normas heterossexuais ou dos papeis de gênero. Ou seja, "se correr o machismo pega, se ficar o machismo morde". Como ocorreu no caso da escrivã da policia de São Paulo e na, provável, negligência da policia tailandesa.
A mercantilização da exploração sexual e da gestação reproduzem no Brasil e no mundo, os mesmo mecanismos de exploração econômica capitalista: aliciam sua “mão de obra” barata em regiões devastadas pela exploração colonial (os europeus traficam mulheres do Brasil e, pessoas da região sudeste, seqüestram do nordeste e norte), confirmando a lógica, com seu “modus operandi”, que o capitalismo é a atual expressão econômica do patriarcado, pois a transnacionalização de megacorporações, que se instalam em países com salários mais baixos, para lucrar com a exploração de seus operários e a miséria destes povos, atua de modo similar ao comércio da exploração sexual e do loteamento dos úteros, como expusemos nos seguintes textos (para as feministas que desejarem se aprofundar nos assuntos): Barriga de aluguel e mercantilização do útero, Pornografia e Prostituição e As mulheres como fábricas de bebês.
A mercantilização da exploração sexual e da gestação reproduzem no Brasil e no mundo, os mesmo mecanismos de exploração econômica capitalista: aliciam sua “mão de obra” barata em regiões devastadas pela exploração colonial (os europeus traficam mulheres do Brasil e, pessoas da região sudeste, seqüestram do nordeste e norte), confirmando a lógica, com seu “modus operandi”, que o capitalismo é a atual expressão econômica do patriarcado, pois a transnacionalização de megacorporações, que se instalam em países com salários mais baixos, para lucrar com a exploração de seus operários e a miséria destes povos, atua de modo similar ao comércio da exploração sexual e do loteamento dos úteros, como expusemos nos seguintes textos (para as feministas que desejarem se aprofundar nos assuntos): Barriga de aluguel e mercantilização do útero, Pornografia e Prostituição e As mulheres como fábricas de bebês.
Texto: Ana Clara Marques e Patrick Monteiro
---------------------------------------Fontes:
Portal G1:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/02/polica-liberta-mulheres-gravidas-de-fazenda-de-bebes-na-tailandia.html
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/02/preso-suspeito-de-manter-grupo-de-travestis-em-carcere-privado-em-sao-paulo.html
Portal R7:
http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/policia-desmonta-esquema-de-explorao-sexual-de-travestis-em-sp-20110203.html
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