9 de dez. de 2010

Por que Intelectuais Femininas não são Feministas e Técnicas de Manipulação da Mídia

Nós a GRIF MAÇÃS PODRES tentaremos desdobrar uma pergunta lançada pela colunista e psicanalista Maria Rita Khel que meses atrás a escreveu um artigo chamado “Dois Pesos”, no jornal O Estado de São Paulo, artigo este que se inicia, mais ou menos, assim:
“Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. (...) As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.”
Logo após ser publicado o artigo, Maria Rita Khel foi demitida e declarou:
 “Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?”
Sabem o porquê “o/as bons/boas jornalistas” são chamado/as de “formadores de opinião”? Por ser o jornalismo profissional não é uma “arma de denúncia” ou “o veículo da verdade”, é sim um conjunto científico de técnicas que tem como objetivo final, manipular as informações parciais, transformando-as em “grandes notícias”, sem que o público perceba.

TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO DA INFORMAÇÃO

1- DISTRAÇÃO

http://g1.globo.com/
A técnica da distração consiste em desviar a atenção do público para nos impedir de nos interessarmos pelos principais conhecimentos humanos. Ela consiste em construir um caleidoscópio de informações ao redor das noticias de maior importância. Por exemplo, no site G1 da Grupo Globo de Comunicação uma noticia cientifica não se destaca “Cientistas americanos geram rato a partir de dois machos”. Contudo, para chegar a tal noticia, a pessoa precisa navegar por todo o site e passar por links que citam “Labrador nasce verde no interior de SP” (para na reportagem saber que em 10 dias o cão estará branco), Ronaldo, Larissa Riquelme, Bon Jovi, Papais Noel e Paulo Coelho.
2- “PROBLEMA-REAÇÃO-SOLUÇÃO”.

Nesta técnica, os jornais, financiados pelas as associações de comerciantes, entre outras, cria um problema inexistente e direciona o povo a aceitar uma solução que será implantada pelo governo ou o forçará implantar. Exemplo: A lei do Cadastro Positivo.
Esta lei prevê a criação de uma lista de bons pagadores/consumidores (um SPC inverso) que será consultada na hora da venda, para quem sabe, o comerciante poder dar um "desconto" nas compras a prazo, fazendo o coitado do consumidor se sentir um "privilegiado".
Ora, cria-se um cadastro público (similar a Nota Fiscal Paulista, que na verdade um banco de dados capaz de determina seu perfil psicológico, pois registra todas as suas compras), quebrando a privacidade econômica das pessoas, para quem sabe assim diminuir os juros do comércio na hora que você for gastar seu suado dinheirinho:
“A tendência (e não uma certeza) é que para os bons pagadores as taxas sejam menores que hoje”, explica o mentiroso diretor da Febraban, Rubens Sardenberg (abaixo, no vídeo, vocês verão o que irá realmente ocorrer).
Porém, por que razão não se explica o motivo pelo qual os pobres não pagam suas contas? Ou por que o governo não baixa os juros (que fazem a alegria de especuladores e bancos) por decreto? Ou por que nunca se diz que os ricos são os maiores sonegadores de impostos ou por qual motivo as grandes empresas burlam tanto todas as leis trabalhistas ou de proteção ao consumidor?
Pasmem mas esta é a mesma estratégia usada para fazer a população aceitar a invasão dos Morros do Rio de Janeiro, com as UPPs. Pois, primeiro o gorverno deixa a violência se alastrar e só depois “eliminam o tráfico”. Por que não se fez antes uma ação unificada contra o tráfico nas comunidades cariocas? Quem será que lucrou com tantos anos de liberdade de vendas? Quem lucra com a substituição da frota de carros queimados pelos traficantes? E com as milhares de balas disparadas que terão de ser readquiridas pelas forças do Estado? E com o superávit que tais apreensões causarão no preço das drogas? Os moradores das comunidades? Ou será que foi tudo em nome dos negócios e da futura Olimpíada de 2016 e da Copa do Mundo 2014? Viva ao Tropa de Elite 2.

3- TÉCNICAS DA GRADAÇÃO, DO DEFERIDO, DA INFANTILIZAÇÃO, DA EMOÇÃO

Já disse Maquiavel: “Conclui-se disso que um príncipe prudente deve cogitar na maneira de tornar-se sempre necessário aos seus súditos e de estes terem necessidade do Estado”.
Nestas técnicas, as notícias são dadas gradativamente para que para suavizarem seu impacto impopular das ações. O objetivo é fazer com que o povo “aceite/se acostume” com uma situação danosa que estará por “vir”, evitando revoltas sociais.


Para estas noticias é comum infantilizar o povo ou utilizar de sentimentalismos baratos que promovam medos ou esperanças. Isso é feito para legitimar decisões políticas e econômicas através de patriotismos burros, do senso comum ou da fragilidade social que as pessoas estão submetidas. E assim, por sugestão, fazer com que a população acabe respondendo favoravelmente as ordens do poder. Veja que é exatamente isso que a intelectual e economista Mirian Leitão faz neste vídeo acima.
O exemplo aqui é se dá no modo como os famigerados pacotes econômicos recessivos são vendidos nos jornais,  como soluções "para o controle inflacionário”. Ou como as patriotadas são usadas para justificar os gastos de R$ 10 bilhões para a Copa de 2014 (antes de aprovarem diziam que os gastos seriam de absurdos R$ 2,8 bilhões). Ou ainda como o sentimentalismo barato de "prováveis cartas populares" capazes de agradecer ao Estado (força policial) a violência criada pos sua ação ou negligência, esquecendo quem são os homens que formam os milicianos.
Um bom decodificador deste método foi o deputado eleito Tiririca, que ao infantilizar o eleitor, não o agredia, criando empatia com o despreparo intelectual do brasileiro comum e com a “despreocupação política” da jovem classe média (eis os verdadeiros analfabetos funcionais do Brasil).

FEMINISMO E MÍDIA
E onde entra o feminismo nisso tudo? Entra como resposta a pergunta da Maria Rita Khel. Intelectual feminina, mas não necessariamente feminista, por não querer entender as reais raizes de sua demissão.
Não existe censura sobre qualquer fonte de informação da grande mídia que não seja a censura das ideias de oposição revolucionárias. Pois da Rede Globo ao Estado de São Paulo, toda grande imprensa é um instrumento ideológico que existe unicamente para propagar o patriarcado da burguesia. Assim como historicamente a liberdade de imprensa surgiu para divulgar as ideias mercantis e calvinistas, jamais pode-se imaginar que uma mulher (feminista, se ela fosse) poderá ter uma opinião independente dentro de um veiculo de comunicação como estes citados. E  mesmo sendo uma burguesa, Maria Rita Khel é uma oprimida por ser mulher, e a ela (como a qualquer oprimido) a liberdade não é um artigo que se permite ser exercitado dentro de uma sociedade patriarcal, se você não for homem burguês, em alguns caso, nem assim, como prova o caso Julian Assange.
Pena que ela é e foi tão manipulada quanto qualquer pessoa que por ventura pretençamente ela também manipulou, ao ponto de não poder associar sua demissão com os instrumentos de repressão que atuam nas diferentes faces do machismo institucional chamado de capitalismo. Não há feminismo ou livre opinião sem a ciência do que realmente é o sistema econômico do patriarcado.
E viva a Wikileaks.


Texto Patrick Monteiro e Ana Clara Marques
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Fonte Blog Lamparina Urbana
1- 10 Estratégias de Manipulação Midiática, segundo o linguista Noam Chomsky
2- Entrevista da colunista ao Terra Magazine

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